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Pesquisa do Sebrae apresenta dados sobre participação das mulheres catarinenses no universo do empreendedorismo

Santa Catarina está entre os três estados com maior porcentagem de mulheres empregadoras, mas é o estado com menor índice de mulheres negras como donas de negócios
Por Sebrae Santa Catarina
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Um estudo do Sebrae feito a partir de dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua do IBGE (PNADC) apresenta a participação das mulheres empreendedoras no universo dos negócios no Brasil e apontou que elas são 34%, abaixo da melhor marca histórica, registrada no 4º trimestre de 2019, quando elas representavam 34,8% do total. Em Santa Catarina, este número também representa 34%.

Entre os três estados brasileiros com a maior porcentagem de mulheres empregadoras está Santa Catarina, com 16%, ao lado do Paraná e de Rondônia, com o mesmo percentual. Por outro lado, de todos os estados brasileiros, Santa Catarina tem o menor índice de mulheres negras como donas de negócios, registrando apenas 13%.

Outro dado interessante aponta que 49% das empreendedoras catarinenses são chefes de domicílio. Segundo a pesquisa, a tendência de longo prazo é um aumento na proporção de mulheres donas de negócios que são chefes de domicílio, ao mesmo tempo em que ocorre a redução da proporção de homens donos de negócio que são chefes de domicílio.

“Estes dados demonstram que apesar de termos bons resultados, ainda precisamos ocupar mais espaço no universo do empreendedorismo em Santa Catarina. Queremos que este número seja cada vez maior, e, por esse motivo, iniciativas como o Programa Sebrae Delas de Negócios do Sebrae/SC são de extrema importância para fortalecer o empreendedorismo feminino no estado, para incentivar a igualdade de gênero, contribuir com o desenvolvimento econômico e social e promover um ambiente de negócios mais igual, que fortaleça a cultura empreendedora entre as mulheres”, afirma a gestora do programa Sebrae Delas Mulher de Negócios, Marina Barbieri.

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Pesquisa a nível nacional

O empreendedorismo feminino no Brasil apresentou claros sinais de recuperação no último trimestre do ano passado, depois do forte impacto registrado a partir dos primeiros meses da pandemia de Covid-19. Após recuar para um total de 8,6 milhões de donas de negócio, no segundo trimestre de 2020, o número de mulheres à frente de um negócio no país fechou o quarto trimestre de 2021 em 10,1 milhões (mesmo resultado alcançado no último trimestre de 2019).

O levantamento mostra que a participação feminina entre os donos de negócios empregadores continua abaixo do período pré-crise. No final de 2019, havia 1,3 milhão de donas de empresas que contratavam empregados (o que representava 13,6% do total das Donas de Negócio). Já no final do ano passado, esse número havia recuado para 1,1 milhão (11,4% do universo). Para o presidente do Sebrae, Carlos Melles, as mulheres empreendedoras sofreram mais que os homens as perdas causadas pela crise pandêmica.

“Empresas lideradas por mulheres tiveram um impacto maior em termos de redução de empreendedoras em atividade e uma recuperação mais lenta que a verificada entre os negócios dirigidos por homens. Uma das explicações para esse fato está na nossa cultura, onde elas acabam tendo de dividir seu tempo entre a gestão da empresa e os cuidados com a família. Com as medidas de isolamento social, muitas empresárias tiveram de encerrar suas atividades ou reduzir a operação do negócio para dedicarem mais horas aos filhos e idosos”, comenta.

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Mais escolaridade

Um dado alentador apresentado no levantamento do Sebrae é que o número de mulheres com pelo menos o nível médio continua maior que o dos homens, e essa diferença cresceu entre o último trimestre de 2019 e o mesmo período de 2021. No 4º trimestre do ano passado, 68% das empreendedoras tinham pelo menos o ensino médio. Entre os homens, essa proporção era de 54%. A variação no período foi de 11 pontos percentuais entre as mulheres e 4 pontos entre os homens.

Ainda de acordo com a PNADC a maior presença das empreendedoras está concentrada nas atividades do setor de serviços (50%). Em especial, a pesquisa mostrou que cresceu a participação feminina nos setores de Informação/Comunicação e Educação/Saúde. Entre o 4º trimestre de 2019 e o mesmo período do ano passado, a presença das empreendedoras cresceu 3 pontos percentuais e 4 pontos, respectivamente.

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DADOS DA PESQUISA

• Aumentou a proporção de mulheres que são “Conta Própria” entre os 3º e 4º trimestres de 2021. A variação foi de 1,07 milhão para 1,15 milhão de empreendedoras.

• Aumentou a proporção de mulheres que são Chefes de Domicílio. Em 2019, elas eram 47% e no último trimestre de 2021 as empreendedoras chefes de domicílio representaram 49% do total.

• 50% das mulheres Donas de Negócio e 28% estão, respectivamente, nos setores de serviços e comércio.

• 35% dos homens Donos de Negócios e 21% estão, respectivamente, nos setores de serviços e construção.

• As mulheres empreendedoras têm um nível de escolaridade maior que os homens. Entre elas, 68% têm ensino médio ou mais. Entre os homens, a proporção é de 54% (no último trimestre de 2021).