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Em velocidade semelhante ao crescimento dos casos de Covid-19 no Brasil, aumenta o número de iniciativas dedicadas a ajudar de alguma maneira nestes tempos de pandemia. Até mesmo na área do artesanato, caso da startup de inovação social Funcionárias, de Joinville. Dedicada a ressignificar materiais têxteis, ela está desde o início de abril produzindo máscaras a serem doadas para grupos e instituições que trabalham com pessoas vulneráveis ao coronavírus.
O Funcionárias usa tecidos descartados de empresas que fazem uniformes de indústrias, aviamentos, alças e, banners, diminuindo o impacto socioambiental. Presente no catálogo do SEBRAE/SC, o coletivo já participou, junto com outros artesãos do Estado, de uma exposição no CRAB (Centro de Referência do Artesanato Brasileiro), no Rio de Janeiro em 2018, e atualmente integra o Projeto Entre Contrastes – da Indústria ao Artesanato Catarinense.
Segundo a idealizadora Ana Carolina de Liz, a ideia de produzir máscaras partiu de uma cliente que trabalha com alimentação saudável e pediu ajuda para iniciar uma campanha pelo uso do equipamento. Assim, há mais de um mês, mais de 30 voluntárias espalhadas por Joinville estão empenhadas no processo de produzir cerca de 60 mil máscaras.
Ao mesmo tempo, as doações de tecidos e novas ofertas de ajuda continuam surgindo. Outra startup de inovação social joinvilense está conectando ONGs com empresas interessadas em ajudar e repassa ao Funcionárias as listas com demandas.
“Nunca tínhamos feito máscara antes, mas como trabalhamos com costura, não custava ajudar. As máscaras são feitas de tecido 100% algodão, camada dupla, conforme exige o Ministério da Saúde. Cada costureira trabalha na sua casa. Recolhemos e fazemos a doação para lares de idosos, cuidadores e associações”, explica Ana Carolina.
A gratidão demonstrada por essas entidades tem emocionado a artesã e fortalecido a continuidade do trabalho em meio à grave crise pela qual o mundo passa. “Produzir as máscaras tem feito eu conhecer mais as pessoas, até a minha equipe, mantê-la engajada. Porque não trabalho somente o impacto ambiental, mas muito o social, e quero que a equipe toda se sinta motivada a ajudar o próximo, e assim nos ajudamos também”, reconhece Ana Carolina.