Após mais de 15 anos trabalhando como revendedora da Natura, Gisele Westphal Teixeira decidiu abrir o próprio negócio. O surpreendente na história da Gisele é que ela abriu a sua franquia Natura em plena pandemia do novo coronavírus, indo na contramão das estatísticas sobre empreendedorismo no momento. Para a empreendedora, a crise não foi obstáculo para sua determinação e vontade de crescer.
— Sempre tive vontade de montar uma loja, era meu sonho, mas, por muito tempo, a Natura não tinha lojas físicas, eu tinha os produtos a pronta entrega, mas não era possível ter uma loja. Então, quando a marca liberou para abrir franquias e surgiu essa possibilidade, me interessei e vi como uma boa oportunidade de negócio — comenta Gisele.
No entanto, ela recorda que no começo ficou receosa por não ter como fazer o investimento inicial necessário para adquirir a franquia e acabou deixando a ideia de lado. Levou mais de um ano para que ela finalmente tomasse a decisão.
— Já sabia que era isso que eu queria e gostava de fazer. Também estava cansada de trabalhar na rua, andando na chuva ou no Sol para vender, entregar pedidos, fazer as cobranças. Então, procurei o Sebrae para buscar informações sobre abertura de negócio e também conversei com meu marido porque eu ainda tinha um pouco de medo de fazer isso tudo sozinha, ele concordou em iniciar o empreendimento e vestiu a camisa junto comigo — conta.
Aberta há cerca de um mês, respeitando as recomendações das autoridades governamentais e sanitárias, a Gi Essence é uma franquia “Aqui tem Natura” e disponibiliza a pronta entrega dos produtos da marca multinacional de cosméticos. O espaço está localizado na Rua Esteves Júnior, número 43, no Centro de Tubarão, e funciona de segunda a sexta-feira, das 9 às 18 horas, sem fechar ao meio-dia; aos sábados, das 9h às 12h30.
Dicas para quem deseja empreender na pandemia
Gisele reconhece que o momento é complicado para os pequenos empresários, mas acredita que é apenas uma fase ruim e que ela vai passar. Tirar a ideia de empreender do papel não foi um processo fácil, mas, agora, ela trabalha firme para que a loja seja um sucesso.
— Se for o sonho da pessoa, se ela já sabe o que quer, não deve desistir, deve investir e arriscar. Também não adianta ficar em casa e esperar que o dinheiro venha, tem que correr atrás e trabalhar bastante porque todo empreendimento pode dar certo. É importante buscar alternativas que possam ajudar a vender, tentar coisas diferentes, fazer o que for preciso. Está sendo mais complicado do que se não tivesse essa pandemia, mas não me arrependo — declara.
A empreendedora investiu em anúncio em rádio e contratou carro de som para divulgar a Gi Essence. A loja também está presente nas redes sociais e o sistema de entregas delivery foi intensificado, sendo realizado sem custos para bairros próximos.
— Tenho clientes que estão comigo há mais de 15 anos, desde quando comecei, são mais de 100 clientes cadastradas e algumas já passaram a comprar na loja. Estamos abertos há um mês, ainda estamos nos adaptando, mas estou bem feliz, acreditando muito no meu negócio, espero que dê tudo certo — ressalta.
Busca por informação e conhecimento
Gisele acredita que o momento também pode ser usado para aprender e se aperfeiçoar.
— Se for o caso, pode segurar um pouco esse início e aproveitar o tempo para aprender mais, aprender sobre como trabalhar com a Internet, por exemplo, fazer alguns cursos que possam ajudar nesse intermédio — afirma.
Além da própria Natura, que auxilia seus franqueados com informações e treinamentos sobre gestão, Gisele também contou com um auxílio inicial do Sebrae/SC.
— Em janeiro, a empreendedora esteve na Agência Sebrae Tubarão e buscou orientação para abrir a loja conceito da Natura. Compreendemos seus motivadores, apresentamos a ferramenta Canvas para modelagem de seu negócio, enfatizando a definição de proposta de valor, com exemplos e as possibilidades de segmentos de clientes. Orientamos quanto a importância de elaborar o Plano de Negócios, levantar seus custos, em especial os custos fixos pelo ponto comercial, ponto de equilíbrio e também a análise de mercado — lembra a Assistente de Negócios do Sebrae/SC, Daniela de Souza Corrêa.