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Casal chapecoense atinge teto de faturamento do MEI em nove meses

Desempregados, Francieli e Jorge enfrentaram cenário econômico incerto e investiram no negócio próprio.
Por Redação
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Adaptação e aprendizado são conceitos unânimes que marcaram 2020. Um ano histórico que mudou os planos pessoais e profissionais de muitos brasileiros. A professora Francieli Dickel, de 37 anos, retornaria da licença-maternidade no início de março do ano passado, contudo seu planejamento foi interrompido em virtude da pandemia. Para contribuir com a mudança de rotina da família seu marido Jorge Luiz Chaves, de 50 anos, foi desligado da empresa em que atuava como técnico em instrumentação. O casal chapecoense, pais da Isadora (10) e da Luisa (1 ano e 4 meses), precisou de novos projetos.

“Ficamos bem assustados e preocupados no início tanto pela crise sanitária quanto pela incerteza sobre o futuro financeiro de nossa família. Com isso, surgiu a ideia de termos nosso próprio negócio, o que era um sonho antigo do Jorge. Nos primeiros dias os serviços foram pequenos e escassos, mas com o passar do tempo as empresas começaram a procurá-lo e aumentou a demanda. Então, buscamos informações sobre o processo de abertura de uma empresa porque atenderíamos grandes indústrias e precisaríamos estar com toda a documentação correta e organizada”, relembra Francieli.

Para esclarecer as dúvidas sobre os processos burocráticos e jurídicos do microempreendedor individual (MEI) o casal buscou auxílio do Sebrae/SC. Francieli recorda que entre as orientações da entidade estiveram aspectos sobre recolhimento dos impostos, de como seria a arrecadação conforme o faturamento e de como emitir nota fiscal de serviço ou de compra. “Era algo totalmente novo e bem diferente da minha formação profissional. Compreendi rapidamente que ao abrirmos o MEI precisávamos ir atrás das informações para realizar tudo como preconiza a legislação. Além disso, não teríamos tempo para aprender com nossos erros”, afirma.

O suporte do Sebrae/SC, segundo Francieli, foi de extrema valia para o desenvolvimento da empresa J.F. Instrumentação. “Desde o primeiro contato, quando levei alguns dados sobre o negócio, os funcionários da entidade se mostraram otimistas com a proposta. Todo esse processo foi muito interessante, eles nos conduziram da melhor maneira possível, além disso os profissionais dominam o assunto e explicam com segurança e muita tranquilidade. Mesmo caminhando pelo desconhecido deu tudo certo. Sobrevivemos a um ano desafiador e com muitas dificuldades e nos adaptamos em todos os sentidos”, enaltece o casal.

“Quando percebemos já estávamos estourando o limite de faturamento e precisávamos alterar a modalidade jurídica. Isso ocorreu nove meses após a abertura do MEI. Atualmente somos a J.F. Instrumentação e Calibração LTDA, que realiza assistência, manutenção e calibração em equipamentos industriais”, comemora Jorge. De acordo com Francieli, no decorrer desse tempo eles receberam assessoria e consultoria do Sebrae/SC tanto pessoalmente quanto remotamente. “Estamos novamente aprendendo, agora com a empresa registrada pelo Simples Nacional. Seguimos com incertezas, porque o ano começou e ninguém sabe como será, mesmo assim estamos otimistas com a decisão que tomamos”, destaca a empresária.